domingo, 5 de fevereiro de 2006

As Janelas

As janelas são caminhos,
São entradas e saídas.

Por elas corre o vento que traz pensamentos,
Por elas saem os suspiros que levam em si sentimentos.


São espaços por onde circulam os sonhos.
Elas impedem o vácuo
Opõe-se a escuridão, ao embotamento.


Janelas não são seletivas daquilo que vigiam,


Mas discretas do que a elas se segreda...


Amores, paixões,
Novos segredos.


Mistérios antigos,
fantasmas, medos.


Janelas são expressivas...

Sem trancas, com belas cortinas.


Temerosas e gradeadas,


Janelas escondidas,


Janelas espelhadas.


Abertas à observar a vida,


Janelas fechadas,
Seladas,
Antigas.


Janelas coloridas.


Janelas feridas,
Cansadas.
Janelas esquecidas.


Janelas sempre lembradas,
Imortalizadas.


Janelas personalizadas.


Janelas subentendidas.


Janelas abstratas.


Janelas virtuais,
Globais.


Janelas são olhos.


Olhos são janelas.


Pessoas podem ser nelas íris ou remelas,


Podem ser lágrimas ou simples reflexos.


Lágrimas de dentro e de fora.


As janelas são as partes despertas...

Refletem o tempo e o mundo...
Todo tempo em um segundo.


Os olhos da casa,


As janelas da alma.


São infinitas pelas suas transparências.
Liberam as transferências.


Amores proibidos
Das mulheres nas janelas.
Os ladrões, de todos tipos,
passam por elas,
Nas meninas de seus olhos
Suas Julietas espelham.
Corações roubados
Pelas janelas abertas.


Janelas são passagens de luz e sentimento
que iluminam os interiores,
corações e pensamentos.

Mas o que há por de trás...
A paisagem, a expressão, o segredo,
O íntimo de tua janela neste momento?


Isabel Batista

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