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Desci ao abismo
Trilhei caminhos pelo inferno andando sobre crânios e restos mortais
Pedaços de minha contínua metamorfose
E em mais um momento, novamente me desprendia do que era e não mais olho pra trás...
Deixando escorrer de mim o que não mais alimento
Mas ainda em luto e luto pra vislumbrar o que agora sou
Então colhi as conchas que meu mar de lágrimas deixava sobre eles
Desincrustei delas as pérolas de meus sentimentos
E com elas fiz meu colar de lembranças brilhantes como estrelas
Estendi-as no céu de meu coração
E dei nome as constelações do meu ser
Entre elas brilhavam teus olhos que caíram ao solo como sementes e brotaram
Surgiu uma imensa árvore com muitos frutos
Sentamo-nos eu e tu a saboreá-los
E conversando decidimos a quem mais iríamos amar daqui em diante
E tu me olhou com teus olhos de estrela e disse...
A nós mesmos! A todos! E a mais ninguém...
E então eu disse... Certo, Adeus!
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