domingo, 3 de agosto de 2008

Ciclos


Desci ao abismo

Trilhei caminhos pelo inferno andando sobre crânios e restos mortais

Pedaços de minha contínua metamorfose

E em mais um momento, novamente me desprendia do que era e não mais olho pra trás...

Deixando escorrer de mim o que não mais alimento

Mas ainda em luto e luto pra vislumbrar o que agora sou

Então colhi as conchas que meu mar de lágrimas deixava sobre eles

Desincrustei delas as pérolas de meus sentimentos

E com elas fiz meu colar de lembranças brilhantes como estrelas

Estendi-as no céu de meu coração

E dei nome as constelações do meu ser

Entre elas brilhavam teus olhos que caíram ao solo como sementes e brotaram

Surgiu uma imensa árvore com muitos frutos

Sentamo-nos eu e tu a saboreá-los

E conversando decidimos a quem mais iríamos amar daqui em diante

E tu me olhou com teus olhos de estrela e disse...

A nós mesmos! A todos! E a mais ninguém...

E então eu disse... Certo, Adeus!




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