Bela e pura era eu na imensidão
Mas atirei-me ao solo e tornei-me natureza
E a roda girou...
Não me viam, mas eu estava lá
Água, terra fogo e ar.
Pedra, chuva, raio e vento.
Tempestade, tormenta.
Vida latente de beleza
Água, terra fogo e ar.
Pedra, chuva, raio e vento.
Tempestade, tormenta.
Vida latente de beleza
E a roda girou...
Meu espírito flutuava entre as flores
Beijado por pássaros da alegria e tristeza
Translúcido e lúcido de pureza
Entre o sábio carvalho e o amoroso jardim
Era eu a rosa amante e a criança jasmim
E a roda girou...
Tomei carne e instinto
Qual leão das savanas feroz e faminto
Senti a dor e o cio
Vivi no ar, na terra, na água do rio
Qual leão das savanas feroz e faminto
Senti a dor e o cio
Vivi no ar, na terra, na água do rio
E a roda girou...
Tomei mente, carne e intuição
E tornei-me em fim humana confusão...
Dez passos dei ainda com nobreza
Sete olhos tinha para enxergar
De como eu era me envaideci
Do que sabia me orgulhei
Mais do que os sonhos eu cobicei
Quis corpos e almas e me entreguei
E tudo que tinha eu engoli
Nada sobrou, se não, me omitir
Guardei energia só para odiar
Na consciência adormecida
Vaguei febril na ilusões da existência
Mas lá no fundo de minha essência
Ouço uma voz a ressoar...
... Somente o amor pode a consciência despertar
E a roda gira e gira no movimento da vida
Isabel Batista
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