domingo, 14 de maio de 2006

Gota de Mim


Sinto um mar revolto em mim,
Em ondas a explodir,
Tocando as paredes do meu ser
Sem ter lugar pra sair.
Mas por sob as ondas a paz e a harmonia
Com toda força, com toda vida a surgir.
As lágrimas são gotas
Do que respinga do íntimo do meu ser.
Os sorrisos um reflexo
Da energia que sinto crescer.
Portas abertas, olhos atentos,
Sentidos entorpecidos a despertar.
Não há respostas pra todas perguntas,
Mas há vontade de procurar.
Sou terra e sensação,
Sinto da lua Mãe a vibração.
O fogo me devora purifica meu momento.
A água verte de mim em suores de vontades,
De esforço pra libertar-se,
Em lágrimas, em sentimentos.
O ar sai convulsivo,
Alimentando minha auto criação.
Meus pensamentos livres viajam
Para respostas em plena ebulição.
Meus elementos!
Em redemoinhos meus sentimentos
Vão-se ao alto,
Desencravando flor e lixo.
Às vezes me sinto anjo,
Às vezes bicho!
Arrancados de mim o que não me pertence,
Mas o que é legado de todos os que aqui vivem,
Nesta vida sempre latente.
Coisa estranha e medonha
É sentir... sem saber o que...
O coração acessa toda verdade, antes da mente
Que entorpecida segue sem o perceber.
Sem alcançar o que realmente vale
Sem acessar o pleno êxtase de viver
O amor é o mestre maior, mas o ego...
Deixamos muitas vezes prevalecer.
Criaturas vivem em mim, meus monstros atrozes
Que fazem barulho constante,
Impedindo–me de ouvir o silencio da alma,
Que talvez ... agonizante,
Talvez nascente e vibrante...
Tomara realizante!
Minha alma, minha essência...
Sou gota dela ou ela de mim?
Vida interna alucinante!
Alma de vida reclamante!
Num eterno começo e fim.
.
Isabel Batista

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