terça-feira, 18 de julho de 2006

Contacto


Correndo o sério risco de ser redundante e nada original no assunto e forma de expressar, mesmo assim...

O mundo virtual tem muitos encantos e muitas pessoas encantadoras, mas realmente falta-lhe a solidez, principalmente no que se diz a respeito do verdadeiro calor humano.
Não foram uma ou duas vezes em que me peguei em situações neste mundo, em que precisava extrapolar a imaginação pra poder alcançar a pessoa do outro lado da tela. Um abraço amigo, um carinho na hora certa é plenamente necessário em certos momentos, mas há uma distância incalculável ou não, que impede estes atos tão simples.
Um temor às vezes me toma, que de tanto encanto fique a procurar cada vez mais de extrapolar minhas capacidades de expressão via net e deixe que o instrumento se faça mais forte do que quem o empunha. Que a expressão virtual se torne vida não apenas paralela, mas de certa forma suficiente. Acho que se faz necessário ter sempre isto em mente e refletir sobre a relevância de tudo isto em nossas vidas. E se certas coisas deste mundo virtual são realmente tão fortes, importantes e presentes em nossas vidas, têm que ser impulsionadas a se tornarem reais e palpáveis, pois de outra forma não são suficientemente importantes pra que se destaquem do todo, nem fortes para que suportem a verdadeira realidade, nem presentes de fato.
Algumas certezas tenho, as de que os sentimentos são reais e sua expressão possível, os pensamentos e “atitudes” chegam ao seu destino. Mas por quanto tempo eles resistem a estar “encarnados” na virtualidade? Por quanto tempo o meio, a ferramenta pode substituir o ser propriamente dito?
As respostas são relativas, condicionadas aos seres que se comunicam e a comunhão entre os mesmos.
Por muitas razões há o medo de que um relacionamento seja mais compensador enquanto virtual do que passando à realidade. Mas há só uma maneira de descobrir... Arriscando. E vale a pena dependendo do tipo e intensidade do sentimento investido. Mas se este sentimento puder se qualificar como amor, então arriscar é a única maneira de ele ser verdadeiro... Com plenitude.
Passando de um contato para um contacto.

Isabel Batista

Nenhum comentário: