Um dos contos do Rei Arthur ilustra uma profunda lição sobre o modo como a energia feminina pode ser resgatada para a vida moderna. Retornamos à dimensão mítica da vida para aprender sobre nossa dinâmica psicológica interior.
Em geral, os contos arthurianos são a apresentação de uma nova idéia de cavalaria e nobreza, mas recontam apenas uma libertação parcial da feminilidade de seu cativeiro. Um dos contos, porém está muito adiante de seu tempo (ou estamos muito atrasados em nossa compreensão?) e conta a nobre história de uma transformação da escuridão em luz.
É a história de Arthur e a enigmática pergunta: “ O que a mulher realmente quer ? ”
Em geral, os contos arthurianos são a apresentação de uma nova idéia de cavalaria e nobreza, mas recontam apenas uma libertação parcial da feminilidade de seu cativeiro. Um dos contos, porém está muito adiante de seu tempo (ou estamos muito atrasados em nossa compreensão?) e conta a nobre história de uma transformação da escuridão em luz.
É a história de Arthur e a enigmática pergunta: “ O que a mulher realmente quer ? ”
O Rei Arthur, em sua juventude, foi pego caçando em propriedade alheia, nas florestas de um reino vizinho e foi apanhado pelo rei. Ele poderia muito bem tê-lo matado imediatamente, pois era essa a punição por transgredir as leis de bens e propriedades. Mas o rei vizinho se sentiu tocado pela juventude e pelo caráter cativante de Arthur. Ele ofereceu liberdade a Arthur se conseguisse encontrar a resposta a uma pergunta muito difícil, em um ano. A pergunta: “O que a mulher realmente quer?”
Isso desconcertaria o mais sábio dos homens e pareceu intransponível para o jovem. Era melhor que ser enforcado e, assim, Arthur voltou para casa e começou a perguntar isso a todos com quem se encontrava.
Rameira e freira, princesa e rainha, sábio e bobo da corte - perguntou a todos, mas ninguém conseguiu oferecer uma resposta convincente. Cada um deles, entretanto, advertiu-o de que existia alguém que saberia: a velha bruxa. O custo seria alto, pois era proverbial no reino que a velha bruxa cobrava por seus serviços preços que arruinaria qualquer um.
Chegou o último dia do ano e Arthur finalmente foi levado a consultar a velha megera. Ela concordou em fornecer uma resposta, que iría satisfazer o rei acusador, mas era necessário discutir antes o preço.
O preço? Casamento da velha bruxa com Gawain, o mais nobre cavaleiro da Távola Redonda e o amigo de infância mais íntimo de Arthur. Arthur olhou a velha bruxa com horror; ela era feia, tinha um único dente, exalava um odor que faria uma cabra adoecer, emitia sons obscenos e era corcunda. Nunca houve uma visão mais repugnante!
Arthur intimidou-se com a perspectiva de pedir que seu amigo de infância assumisse esse terrível fardo por ele. Mas Gawain, quando soube da barganha, julgou que isso não era muito para dar a seu companheiro e para preservar a Távola Redonda.
O casamento foi anunciado e a velha megera ofereceu sua infernal sabedoria: O que a mulher realmente quer? Quer soberania sobre sua própria vida.
Todos souberam, no instante em que ouviram isso, que a grande sabedoria feminina tinha sido enunciada e que Arthur estaria salvo. O rei acusador de fato deu a Arthur a sua liberdade quando ouviu a resposta.
Mas o casamento! Toda a corte estava lá, e ninguém mais dividido entre o alívio e a angústia que o próprio Arthur. Gawain foi cortês, gentil e respeitoso; a velha bruxa externou seus piores modos, devorou a comida de seu prato sem ajuda dos talheres, produziu barulhos e odores hediondos. Nunca antes a corte de Arthur tinha se sujeitado a tal constrangimento. Mas prevaleceu a cortesia e o casamento se realizou.
O casamento poderia ter sido pior, de acordo com o conto, e nós deveríamos descer a cortina de circunstâncias sobre as condutas, exceto por um único e maravilhoso momento. Quando Gawain estava preparado para o leito nupcial e esperava que sua noiva se reunisse a ele, ela surgiu como a mais adorável donzela que um homem poderia desejar ver!
Gawain, assombrado, perguntou o que tinha acontecido. A donzela replicou que porque Gawain tinha sido cortês com ela, ela mostraria a ele seu lado hediondo metade do tempo e seu lado gracioso na outra metade do tempo. Qual dos dois ele escolhia para o dia e qual para a noite?
Essa é uma questão cruel a se colocar para um homem e Gawain fez um rápido cálculo. Ele queria uma adorável donzela para exibir durante o dia, para que todos os seus amigos pudessem ver e uma megera hedionda à noite, na privacidade de seu quarto; ou queria uma megera hedionda durante o dia e uma adorável donzela nos momentos íntimos de sua vida?
Homem nobre que era, Gawain replicou que deixaria a donzela escolher. Ao que ela anunciou que seria uma agradável donzela para ele tanto de dia quanto à noite, já que ele a tinha respeitado e dado soberania sobre sua própria vida.
Se a feminilidade foi forçada ao seu modo hediondo, o melhor que um homem pode fazer é manter o respeito e cortesia. Esta é a mágica da transformação que, mais rapidamente do que qualquer outro meio,devolverá o feminino-tornado-sombrio para sua verdadeira beleza.
Esse conto sobre a dinâmica da energia feminina interior é tão importante para os homens que tentam se relacionar com seu lado feminino, como para as mulheres que tentam exteriorizar o núcleo de sua identidade. E é um princípio que não deveria ser perdido nos relacionamentos externos homem-mulher.
Com carinho, Sonia Milano
Trecho do livro: Mistérios do Feminino
Texto Retirado do Site: Somos Todos Um
Pinturas: John Willian Waterhouse
3 comentários:
história instrutiva e interessante e as imagens muito lindas!
Te indiquei para receber um selo premiado,através do qual reconhecem-se os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos,literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram a sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre as suas letras, entre as suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.”
Passa no meu blog
http://desombrasedeluzanna-paim.blogspot.com/2009/02/meu-blog-foi-premiado.html
para ver as regras da premiação e colocar o selo no teu blog.
abraços
Anna Querida Obrigada, só agora também vejo seu comentário, até já postei em seu blog.
Estava verificando tuas atualizações quando me chamou atenção as palavras... "Meu blog foi premiado", fui parabenizá-la e logo depois vi que tinha me indicado, achei que era um concurso e logo depois vi que todos os indicados ganham a honra de ter o selo.
Ando no mundo da lua... rsrs
Mais uma vez obrigada pela honrada indicação.
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