domingo, 15 de junho de 2008

O Varal



Não pude-lhe mostrar o amor...

Meu aroma, minha cor.

Protegeu-se e se esgueirou sob os muitos mantos de sentimentos presenteados.

Não pude-lhe mostrar toda verdade...

Ele preferiu deslumbrar-se com o encanto que causa aos olhos deslumbrados

Sempre pronto a sorrir e despertar algo, é sua necessidade.

Humana vaidade.

Em sua mente um varal repleto e enfeitado de afetos conquistados,

Debatem-se eles tentando tomar mais espaço,

Os adornos repelem-se vez ou outra, enciumados

E do coração sopra leve brisa agitando seus troféus,

Uma pulsação sem sentido, sem sentimentos, ao léu

Sem aspirar o perfume de suas fibras

Apenas admirando seus padrões inigualáveis

E ignorando-os vez ou outra para manter a rotina

Sentindo-se rei!

Já possui seu manto "irReal".

Sou entre eles apenas mais um, algumas listas, petit pois, florzinhas ou trançados

Me pré supus especial!

Iludi-me, sinto-me desbotada e assim já sou para os teus olhos de caçador

Que já mira a próxima nuance de cor

Preferiria cair ao chão num dia de chuva e lágrimas, desintegrar

Somente a ti pertencer

Tornar-me parte de você

Mas preferes deixar-me ao relento de tua vida.

Mas um dia a ventania...

Talvez outrora me sintas o perfume, mesmo que já então, aquecendo outro coração

E refletir... Perdi do varal uma bela cor.

Mas nunca se entristecer, pois sempre há outras belas cores...

Mas nunca se descuidar, pois sempre há ventanias...

Mente quem tem certeza do tempo.



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