Não pude-lhe mostrar o amor...
Meu aroma, minha cor.
Protegeu-se e se esgueirou sob os muitos mantos de sentimentos presenteados.
Não pude-lhe mostrar toda verdade...
Ele preferiu deslumbrar-se com o encanto que causa aos olhos deslumbrados
Sempre pronto a sorrir e despertar algo, é sua necessidade.
Humana vaidade.
Em sua mente um varal repleto e enfeitado de afetos conquistados,
Debatem-se eles tentando tomar mais espaço,
Os adornos repelem-se vez ou outra, enciumados
E do coração sopra leve brisa agitando seus troféus,
Uma pulsação sem sentido, sem sentimentos, ao léu
Sem aspirar o perfume de suas fibras
Apenas admirando seus padrões inigualáveis
E ignorando-os vez ou outra para manter a rotina
Sentindo-se rei!
Já possui seu manto "irReal".
Sou entre eles apenas mais um, algumas listas, petit pois, florzinhas ou trançados
Me pré supus especial!
Iludi-me, sinto-me desbotada e assim já sou para os teus olhos de caçador
Que já mira a próxima nuance de cor
Preferiria cair ao chão num dia de chuva e lágrimas, desintegrar
Somente a ti pertencer
Tornar-me parte de você
Mas preferes deixar-me ao relento de tua vida.
Mas um dia a ventania...
Talvez outrora me sintas o perfume, mesmo que já então, aquecendo outro coração
E refletir... Perdi do varal uma bela cor.
Mas nunca se entristecer, pois sempre há outras belas cores...
Mas nunca se descuidar, pois sempre há ventanias...
Mente quem tem certeza do tempo.
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