domingo, 29 de junho de 2008

Amaldiçoada



Ousastes sentir o que ainda te é proibido.
Ousastes desejar o que não mereces.
Vertestes de tua alma, em fonte, a sabedoria, mas confundistes a todos que de ti se aproximaram, misturando às águas fétidas e pútridas dos teus infernos.
Soubestes conquistar a quem contigo se iludiu, mas com o tempo demonstrou a verdade, não sabes conservar o que tem valor.
Ousastes expressar palavras de amor, quando este não é forte o suficiente nem por ti mesma.
Tens sido flagelo de corações abertos... Não sabes amar! Não és digna de tal!
Distribuiu dores adocicadas pelas tuas justificativas.
Não sabes doar, és limitada por quanto desconheces o que seja amor verdadeiro.
Teus conceitos absurdos, abmudos, abcegos, abstratos, absolutamente equivocados.
Com muito pouco te confundes. Necessitas de explicações amiúde.
Não te fazes misteriosa. Não proteges dos outros o teu mal, és livro aberto que oferece de tudo um pouco do que és, muito mais do pior, até a quem não merece.
Sim! O abandono é teu legado.
Teu único mérito é aprender mais e melhor a ficar só.
És criatura amorfa na escuridão.
Nada aprendestes que se possa por em prática, és vazia de sentido, repleta de teorias ambíguas.
Não há herói que te possa salvar de si mesma.
Não há esperanças de redenção no universo externo.
Adormeça! É hora de fechar os olhos para esse destino feliz que não te pertence.
Adormeça! Enquanto repousas talvez a maldição expire.
Adormeça para este mundo e trave sua batalha consigo mesma, até que mereças ser um dia, outra vez, mulher amada.
Adormeça este teu ego sórdido e desperte tua consciência para realidade.
Agora és criatura sem saber, se em involução ou evolução.
És ser iludido procurando felicidade fora de si e por isto és...
Amaldiçoada!


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